O desafio de ser padre!
A vocação sacerdotal é um chamado, uma escolha de Deus a um ser humano que traz consigo suas virtudes, fraquezas…
À Igreja muito tempo colocou a figura do padre acima dos demais fiéis, como se esse fosse um ser revestido de uma áurea que o tornasse um semi-deus.
O Concílio Vaticano II afirma que o Sacerdócio ministerial não é um super poder que torna o presbítero um super-cristão, superior aos outros, mas é chamado a viver o seu ministério com as mesmas virtudes do seu patrono São João Maria Vianney. Ele deve ser o modelo para nós padres.
O sacerdócio a que nós padres somos configurados parte do Sacerdócio comum a todos os batizados. De fato, o Batismo é o início dessa configuração, pois por ele todos os batizados são feitos participes do Sacerdócio de Cristo.
Cito o documento do Concílio Vaticano II, a Constituição dogmática sobre a Igreja, Lumen gentium, n. 10: “O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo. Com efeito, o sacerdote ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e conduz o povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico fazendo as vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a oblação da Eucaristia em virtude do seu sacerdócio real, que eles exercem na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho da santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa”.
Nós padres somos chamado a tomar consciência, a cada instante, do nosso discipulado, da missão e de animarmos as comunidades, incentivarmos o discipulado e a missão do povo de Deus.
A vida sacerdotal deve ser alimentada pela Eucaristia e por uma espiritualidade real, que nos leve a difundir a revolução da ternura, a combater um mundanismo espiritual, não somente em nossas vidas, mas também na vida dos outros agentes de pastoral, os outros discípulos missionários.
O Papa Francisco recorda muito bem, na Exortação apostólica Evangelii gaudium: “o Evangelho convida-nos sempre a abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que interpela, com o seu sofrimento e suas reinvindicações, com a sua alegria contagiosa permanecendo lado a lado. A verdadeira fé no Filho de Deus feito carne é inseparável do dom de si mesmo, da pertença à comunidade, do serviço, da reconciliação com a carne dos outros. Na sua encarnação, o Filho de Deus convidou-nos à revolução da ternura” (n. 88).
Hoje no dia do PADRE peço a todos que nos olhem como homens que escolhidos por Deus, somos humanos e trazemos às marcas das nossas fragilidades. Em vez de nos criticarmos e julgarmos, rezem por nós! Abracem a nós padres com a amor, misericórdia e ternura! Todos unidos pela construção do Reino de Deus!
Padre Marcelo Campos da Silva D’ippolito